A Gilead e Kite Oncologia apresentou os resultados de duas novas análises do Yescarta® (axicabtageno ciloleucel) em linfoma de grandes células B recidivado/ refratário (R/R LBCL), incluindo novas pesquisas clínicas e evidências de mundo real, destacando a fabricação e características do produto no Congresso Anual da Associação Europeia de Hematologia (EHA) de 2024, de 13 a 16 de junho, em Madri, Espanha.

 

Ensaios clínicos (pôster P1425) demonstrou taxa de sucesso de fabricação (modificação genética do linfócito T) mais alta e desempenho aprimorado das células T para o axicabtageno ciloleucel em segunda linha em comparação com terceira linha ou mais no tratamento de terapia CAR-T para R/R LBCL, o que pode ajudar a reduzir o tempo desde a leucaférese (processo em que são retirados os leucócitos do sangue) até a infusão da terapia celular1.

 

Pôster P1425

Experiência de tratamento no mundo real do axicabtageno ciloleucel para pacientes com linfoma de grandes células B recidivado ou refratário tratados na segunda linha versus terceira linha de terapia posterior

 

Uma análise de 4.175 pacientes comparou a experiência de fabricação no mundo real e as características do produto em ensaios clínicos para pacientes com R/R LBCL em segunda linha versus terceira linha ou mais. A análise encontrou uma taxa de sucesso de fabricação na primeira tentativa (FP-MSR) estatisticamente significativa mais alta para os pacientes com R/R LBCL (95,08% de 1.341 pacientes) que receberam axicabtageno ciloleucel como tratamento de segunda linha, comparado com 92,48% dos 2.834 pacientes tratados em terceira linha e além1. Essa diferença de 2,60% sugere que 26 lotes a mais de axicabtageno ciloleucel são fabricados com sucesso por 1.000 na primeira tentativa para pacientes em segunda linha versus pacientes em terceira linha e além. O FP-MSR é definido como a capacidade de fabricar e dispor os lotes dos pacientes dentro das especificações na primeira tentativa, o que é crucial para manter um processo de fabricação oportuno e confiável. Dado que um FP-MSR mais alto reduz a necessidade de múltiplas tentativas de fabricação, pacientes que recebem axicabtageno ciloleucel em segunda linha podem, potencialmente, experimentar tempos de veia-a-veia (intervalo entre a coleta das células e a infusão de axicel) mais curtos1,2.

Os resultados avaliaram ainda a porcentagem de células T naive na aférese entre os pacientes avaliáveis dos estudos ZUMA-1 (terceira linha) e do ZUMA-7 (segunda linha)1. A análise constatou que a porcentagem média destas células T naive na leucaférese dos pacientes era de 9,28% (intervalo, 0,20-45,07; n=126; P<.0001) para terceira linha ou mais, demonstrando que pacientes tratados em segunda linha apresentaram uma média de, aproximadamente, duas vezes mais células T do tipo naive em comparação com pacientes em terceira linha ou mais. Esses resultados indicam a captura de uma maior população de células T do tipo naive no material de leucaférese inicial com a intervenção de terapia CAR-T mais precoce, o que está numericamente associado a uma resposta melhorada3,4.

 

“Esses dados sugerem que um número notável de pacientes com linfoma de grandes células B recidivado/ refratário poderia se beneficiar ao receber o axi-cel como tratamento de segunda linha em vez de terceira linha ou mais”, explica Jason Westin, líder do estudo e diretor do Programa de Pesquisa Clínica de Linfoma e chefe da seção de Pesquisa de Linfoma Agressivo do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas. “Pacientes tratados em segunda linha têm tanto uma maior taxa de sucesso na fabricação de sua terapia celular na primeira tentativa quanto o dobro de células T naive coletadas durante a leucaférese, ambos os fatores apoiam a possibilidade de tempos de veia-a-veia mais curtos. Ao combinar essas duas condições, esperamos viabilizar melhores desfechos para os pacientes”, complementa Westin.

 

Resumo P1159

O ZUMA-24 é um estudo de fase 2 em andamento, de braço único, aberto e multicêntrico, que avalia a segurança e eficácia do axicabtageno ciloleucel com uso profilático de corticosteroides em pacientes com R/R LBCL, após uma ou mais linhas de terapia, em ambiente ambulatorial2. A análise preliminar de 30 pacientes que receberam dosagem ambulatorial de axicabtageno ciloleucel, após um acompanhamento médio de cinco meses, demonstrou que a segurança e eficácia do axicabtageno ciloleucel foi consistente com estudos clínicos e de mundo real anteriores.

 

Sobre o ZUMA-7

O ZUMA-7 é um estudo de fase 3 em andamento, randomizado, aberto, global e multicêntrico (EUA, Austrália, Canadá, Europa, Israel) com 359 pacientes em 77 centros, que avalia a segurança e a eficácia de uma infusão única de axicabtageno ciloleucel versus o SOC atual para terapia de segunda linha (regime de quimioterapia de resgate à base de platina seguido de quimioterapia de alta dose e transplante autólogo de células-tronco naqueles que respondem à quimioterapia de resgate) em pacientes adultos com LBCL recidivado ou refratário dentro de 12 meses da terapia de primeira linha. O desfecho primário é a sobrevida livre de eventos (EFS). Os principais desfechos secundários incluem taxa de resposta objetiva (ORR) e sobrevida global (OS). Outros desfechos secundários incluem resultados relatados pelos pacientes e segurança³.

 

Linfoma de grandes células B

O linfoma de grandes células B (LBCL) é o tipo mais comum de linfoma não Hodgkin (LNH) em todo o mundo, representando cerca de 30% de todos os casos6. Na Europa, estima-se que até 37.000 novos casos de LBCL serão diagnosticados em 20207. Embora o tratamento de primeira linha possa ser eficaz em cerca de 60% dos casos, até metade deles terá recaída (retorno)8,9. Para as pessoas que recaem ou que não respondem ao tratamento de primeira linha, os resultados geralmente são ruins10. A maioria dos pacientes com LBCL refratário (sem resposta) não tem opções de tratamento curativo11.

 

Yescarta® (axicabtageno ciloleucel)

O axicabtageno ciloleucel é uma terapia autóloga de células T com receptor de antígeno quimérico (CAR), direcionada para CD19, para o tratamento de pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B (DLBCL) e linfoma de células B de alto grau (HGBL) que recidivam dentro de 12 meses após a conclusão da quimioimunoterapia de primeira linha ou são refratários a ela; pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B (DLBCL) recidivado ou refratário e linfoma primário mediastino de grandes células B (PMBCL), após duas ou mais linhas de terapia sistêmica; pacientes adultos com linfoma folicular (FL) recidivado ou refratário após três ou mais linhas de terapia sistêmica12. Foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 2022, e já recebeu autorização de comercialização nos EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Austrália, Suíça e Israel. O medicamento foi precificado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e está sendo comercializado no Brasil.

 

Tecartus® (brexucabtageno autoleucel)

Em dezembro de 2020, a Comissão Europeia (CE) concedeu a Autorização de Comercialização condicional para brexucabtageno autoleucel, a primeira terapia com células CAR-T aprovada na Europa para pacientes adultos com linfoma de células do manto recidivado ou refratário após duas ou mais linhas de terapia sistêmica, incluindo um inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK). Em agosto de 2022, a CE aprovou o brexucabtageno autoleucel para o tratamento de pacientes adultos com 26 anos de idade ou mais com leucemia linfoblástica aguda precursora de células B recidivada ou refratária13.

 

Em dezembro de 2023, a ANVISA aprovou a terapia avançada CAR-T Tecartus® (brexucabtageno autoleucel) para o tratamento de pacientes adultos, que não responderam ao tratamento tradicional contra linfoma de células do manto recidivante ou refratário, após duas ou mais linhas de tratamento com terapia sistêmica, incluindo um inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK), e leucemia linfoblástica aguda precursora de células B refratário e recidivado. O medicamento ainda não está sendo comercializado no país, pois o processo de precificação pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) pende de decisão sobre pedido de reconsideração interposto pela Gilead com base na Lei 10742/2003, Resolução CMED 02/2004 e Comunicado CMED 10/2016.

ara terapia de segunda linha. Os resultados preliminares mostram consistência com estudos clínicos e de mundo real anteriores, reforçando a segurança e eficácia do tratamento .

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