No Dia Nacional do Combate ao Diabetes, especialistas alertam sobre a importância do diagnóstico precoce e prevenção
No dia 26 de junho, celebra-se o Dia Nacional do Combate ao Diabetes, uma doença que, segundo a revista científica Lancet, deverá impactar 1,5 bilhão de pessoas até 2050. Embora muitas pessoas pensem que estão a salvo da diabetes por não terem histórico familiar, fatores como hábitos alimentares não saudáveis, sedentarismo, excesso de peso e um dia a dia estressante têm gerado diagnósticos cada vez mais cedo, inclusive em crianças.
A Dra. Thais Mussi, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), reforça a importância do rastreamento precoce. “A American Diabetes Association (ADA) recomenda que as pessoas comecem a fazer exames de rastreio a partir dos 35 anos, especialmente aquelas com excesso de peso e fatores de risco adicionais”, afirma a especialista.
Sintomas e Diagnóstico
O diabetes tipo 1 pode se manifestar em qualquer idade, mas geralmente aparece durante a infância ou adolescência. Já o diabetes tipo 2, mais comum, pode se desenvolver em qualquer idade, com maior incidência após os 40 anos. “O DM2 está frequentemente associado à obesidade e ao envelhecimento”, informa Dra. Thais.
Os sintomas do diabetes nem sempre são fáceis de perceber e podem se desenvolver lentamente. A Dra. Thais alerta para os sinais que devem ser observados:
- Sede excessiva
- Urinar com frequência elevada
- Cansaço maior que o normal
- Visão embaçada
- Perda de peso involuntária
“Reconhecer esses sintomas pode levar a um diagnóstico e tratamento precoces, ajudando a prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida”, enfatiza a médica.
Métodos de Detecção
O exame de glicemia em jejum é fundamental para o diagnóstico do diabetes. Além dele, são comuns o exame de hemoglobina glicada e o teste de tolerância à glicose. “O mais importante é que o diabetes pode ser identificado rapidamente com acompanhamento médico rotineiro e exames regulares”, orienta Dra. Thais.
Para pacientes sem sintomas, é recomendado utilizar a glicemia plasmática de jejum, a glicemia duas horas após uma sobrecarga de glicose e a HbA1c como critérios de diagnóstico. Dois exames alterados confirmam o diagnóstico.
Prevenção e Remissão
A Dra. Thais destaca que o diagnóstico precoce é crucial para iniciar o tratamento e prevenir complicações, como problemas de visão, doenças renais e neuropatias. Em alguns casos, é possível atingir a remissão do diabetes tipo 2, com perda de peso saudável e manutenção de bons hábitos alimentares e de exercícios físicos.
“A remissão significa que a doença está silenciada, sem sinais ou sintomas, mesmo sem medicação. Contudo, isso não é uma cura, pois a doença pode retornar com maus hábitos”, explica a especialista.
Infelizmente, a remissão não é possível para o diabetes tipo 1, pois o corpo ataca suas próprias células beta. Contudo, estudos com células-tronco estão em andamento, oferecendo esperança para o futuro.