Recém divulgado oficialmente, foi comprovado que a adição de platina melhora a sobrevida no câncer de mama triplo-negativo precoce. Através desse artigo, você vai descobrir o que isso significa e quais são as mais recentes notícias!
O câncer de mama triplo-negativo representa um desafio significativo no campo da oncologia devido à sua agressividade e à falta de alvos terapêuticos específicos que são eficazes contra outros tipos de câncer de mama. Caracterizado pela ausência dos receptores de estrogênio, progesterona e HER2, este subtipo tumoral não responde aos tratamentos hormonais e terapias direcionadas convencionais, tornando o manejo clínico mais complexo.
Pacientes com câncer de mama triplo-negativo frequentemente enfrentam prognósticos menos favoráveis e taxas de recidiva mais altas em comparação com outros subtipos de câncer de mama! Ou seja, são casos sérios que requerem atenção exclusiva.
Percebemos que a pesquisa contínua é crucial para identificar novas estratégias terapêuticas e biomarcadores que possam melhorar os resultados e a qualidade de vida desses pacientes. Por esse motivo, decidimos informá-lo acerca das recentes pesquisas sobre o assunto, que inclui, em sua proposta, novos meios de combater o câncer.
O que é e como funciona esse câncer?
Antes de entender como a adição de platina atua na sobrevida do câncer, é importante salientar, em primeiro lugar, o que é o câncer de mama triplo-negativo precoce.
Este tipo de câncer se refere a um tipo específico de câncer de mama, caracterizado pela ausência de três receptores hormonais e proteicos. Esses receptores em questão são: o receptor de estrogênio, receptor de progesterona e receptor HER2/neu. Todos eles, na prática, são importantes para o crescimento e a proliferação das células cancerosas, e sua ausência torna o câncer mais desafiador de tratar com terapias hormonais ou terapias dirigidas ao receptor HER2.
No caso do câncer de mama triplo-negativo, as células cancerosas não possuem receptores de estrogênio, receptores de progesterona e não apresentam amplificação do receptor HER2/neu. Isso torna esses tumores insensíveis a terapias hormonais e a terapias dirigidas ao receptor HER2, respectivamente.
Diante dessa informação, nós concluimos que o tratamento principal para o câncer de mama triplo-negativo precoce geralmente envolve quimioterapia e, em alguns casos, pode incluir tratamentos adicionais como a carboplatina, que tem mostrado benefícios em estudos recentes para melhorar a sobrevida livre de eventos… É sobre isso que iremos falar, inclusive!
Pesquisas apontam que a adição de platina melhora a sobrevida no câncer de mama triplo-negativo precoce
Um estudo de fase 3 apresentado na Reunião Anual de 2024 da American Society of Clinical Oncology (ASCO) mostrou que adicionar carboplatina ao tratamento padrão com antraciclina/taxano para câncer de mama triplo-negativo em estágio inicial melhora significativamente tanto a sobrevida livre de eventos quanto, em menor medida, a sobrevida global!
Isso é interessante e surpreendente porque o estudo, conhecido como PEARLY e conduzido na Coreia do Sul, incluiu 868 pacientes que foram randomizadas para receber o tratamento padrão ou o tratamento padrão mais carboplatina durante a fase de taxano. Cerca de 30% das pacientes receberam tratamento adjuvante e o restante, neoadjuvante.
Os resultados mostraram um benefício estatisticamente significativo na sobrevida livre de eventos (p = 0,012), o que incluiu progressão da doença, recorrência, o surgimento de um segundo câncer primário, entre outros eventos. A sobrevida global também apresentou uma tendência positiva, embora não tenha alcançado significância estatística (p = 0,057). Esses achados apoiam a utilização da carboplatina tanto no tratamento antes quanto após a cirurgia em pacientes com câncer de mama triplo-negativo em estágio inicial. Essa abordagem já vinha sendo explorada no contexto neoadjuvante com resultados promissores, especialmente em combinação com o pembrolizumabe, conforme evidenciado pelo ensaio KEYNOTE-522.
É claro que, apesar das notícias se apresentarem como promissoras, ainda há incertezas quanto ao benefício definitivo da carboplatina na sobrevida global nesse cenário, bem como em seu uso adjuvante, portanto é importante que sigamos aguardando as breves novidades e testes para que fique claro o alcance que a pesquisa pode tomar!