Canabidiol nos Jogos Olímpicos: Substância possui diversos benefícios para os atletas e não é considerada doping
Humora, startup de cannabis medicinal, comenta sobre o uso do CBD por atletas no maior evento esportivo do mundo
Nas últimas semanas, o mundo passou a acompanhar a performance dos melhores atletas nas Olimpíadas de Paris, na França. Desde a última edição do evento em 2021, quando a corredora norte-americana Sha’Carri Richardson foi suspensa e não pôde participar de seus primeiros Jogos Olímpicos, em Tóquio, após testar positivo para THC (tetrahidrocanabinol), muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o uso de cannabis e suas implicações nos testes antidoping. Para esclarecer o assunto, a Dra. Jessica Durand (CRM: 206096-SP), médica parceira da Humora, startup que combina produtos à base de cannabis e fitoterápicos para bem-estar, explica a diferença entre o uso de canabinóides e de produtos com canabidiol por atletas.
Segundo dados da pesquisa “Cannabis e Esportes” realizada pela startup brasileira Kaya Mind, especializada em dados e inteligência de mercado do setor, mais de 827 mil atletas no Brasil podem se beneficiar do tratamento com produtos à base de cannabis. Alguns nomes conhecidos já adotam o seu uso para a prática esportiva, como as futebolistas norte-americanas Megan Rapinoe, que usa para lidar com as dores e manter a alta performance, e Carli Lloyd, que após sofrer uma lesão séria no joelho, encontrou na substância uma alternativa aos anti-inflamatórios e analgésicos tradicionais.
E o uso de substâncias no esporte não é de hoje, já que de acordo com relatos de 800 a. C. do filósofo ateniense Lucius Flavius Philostratus, atletas da Antiguidade já contavam com suas “ervas mágicas” para melhorar o desempenho, aliviar dores e reduzir inflamações. Porém, atualmente, a Agência Mundial Antidoping (WADA) tem regras específicas e uma lista de substâncias proibidas para garantir a integridade das competições, seguindo um padrão internacional obrigatório para todos os atletas.
A lista foi atualizada pela última vez em janeiro de 2024 e já está vigente para as Olimpíadas de Paris 2024. O uso de qualquer uma dessas substâncias ou métodos pode levar à desqualificação do atleta, pois podem proporcionar uma vantagem injusta aos competidores. Entre essas substâncias estão: estimulantes, anabolizantes, narcóticos, glicocorticóides e todos os canabinóides, sejam naturais ou sintéticos.
Porém, o canabidiol (CBD) é uma exceção, e foi excluído dessa lista em janeiro de 2018, permitindo que os atletas utilizem para fins medicinais e sem risco de desqualificação. Segundo a Dra. Jessica Durand, “se quisermos falar sobre cannabis nas Olimpíadas, é o CBD que deveremos considerar. E pensando nos atletas, o uso desse fito canabinoide, mesmo isolado, tem muitos benefícios. É uma substância da cannabis não psicoativa, isto é, que não causa euforia ou intoxicação.”
A remoção do canabidiol da lista de substâncias proibidas representa um grande avanço, já que oferece alívio sem os efeitos colaterais dos medicamentos tradicionais. “Pode ser utilizado nos protocolos de tratamentos da dor, reduzindo também os sintomas relacionados com a prática exaustiva de esportes, a inflamação após os treinos, e melhorando e evitando possíveis lesões osteomusculares. Além disso, possui um efeito ansiolítico que pode ajudar a controlar a ansiedade pré-competição e a diminuir a fadiga mental da sobrecarga de treinos e competições “, adiciona a Dra. Durand.
A história da cannabis no esporte segue sendo escrita, e essas Olimpíadas são apenas mais um capítulo que vai fomentar todo esse processo. “É certo que cada vez mais veremos atletas olímpicos fazendo uso de produtos com CBD”, finaliza a médica.